São quase três horas,
fecho meu computador.
Vou para o portão da faculdade,
procuro um carro,
um rosto.
Ela chega,
a notícia também.
"Sua tia esta doente"
Silêncio.
Lágrimas.
"Vai dar tudo certo mãe, não é?"
Mais Silêncio.
Mais Lágrimas.
"Aquela doença?"
Um suave movimento em seu rosto
confirma a pergunta.
confirma que a vida,
deforma,
reforma,
e a gente se conforma,
da forma que dá,
sem vontade de acorda,
com medo da realidade,
que tanto se transforma.
E dessa mesma forma,
já se passaram dez meses,
entre as perdas de apetite,
cabelos e
kilos,
houveram ganhos.
Maior força de lutar,
pela vida,
pelos sonhos,
pelos filhos.
Houve mais amor,
família mais unida,
mais orações,
mais 'eu te amo'.
Houve mais sorrisos,
mais valor as pequenas coisas,
aos momentos mais simples,
mais vontade de viver.
A batalha continua,
minha tia é,
desde já,
um grande guerreira,
e tendo Deus como capitão,
vamos seguindo adiante,
pois quem desiste,
na verdade,
nunca quis.
E que a esperança,
seja a ultima a ir embora,
porque por aqui,
ainda não encontramos tanta fome,
mas se tem muita sede,
sede de vida!