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Spring 2015 | love


Esses dias eu estava perdida por Chicago. Chamei um Uber. Adoro esse aplicativo. Sempre conheço pessoas incriveis. Histórias de vida. E ainda consigo uns minutinhos em carros super turbinados.


Esse dia veio um Dogde e uma motorista da região da assíria, perto do Iraque. Trocamos umas palavras e terminamos o assunto em homens, of course. Ela veio como refugiada para o país.


Conseguiu um Green Card e esse ano ela se tornará cidadã. Disse que ama a vida aqui e não troca por nada. Perguntei se ela era feliz, se lhe faltava algo. Ela confirmou com a cabeça e disse que faltava uma paixão, um homem, para dar sentido a vida.


Porque somos tão dependentes? Naquele momento eu disse que a entendia. E realmente entendo. Entendo o fato de sermos tão completas pelas conquistas da vida mas sermos tão vazias por não termos conquistado uma outra vida. Por não termos um alguém para chamar de nosso.


Eu sempre fui a favor de buscarmos nossos sonhos e não desistirmos deles por mais impossíveis que eles pareçam ser. Essa busca me rendeu um ano nos Estados Unidos. Fui realmente feliz pela primeira vez na vida. Vivi momentos que nunca imaginei viver. Conheci histórias de vida incríveis. Sorri muito, chorei também.


No entanto, não teve sequer um momento aqui que eu me senti completa. Por todos os lugares que eu passei, a sensação de vazio me acompanhou. Sempre acreditei que morar aqui me faria completa, e só vindo para descobrir que o que me completa, esta dentro de mim.


Percebi que a independência a gente não conquista, a gente descobre. Que o amor não esta escondido, mas dentro de cada um. Amor próprio, acima de tudo. Sem este, não existe outro tipo de amor.


E refleti. Sem saber, a motorista do Uber era completa. Ela não estava procurando por um outro alguem. Este alguem estava dentro dela. Lhe faltava achar o amor proprio, talvez esquecido na Assiria, talvez perdido do EUA.





© 2015 by Bárbara Bracci

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